‘Não se esqueça de mim’: homem que foi intérprete de Biden pede para sair do Afeganistão

O então vice-presidente dos EUA, Joe Biden (à esquerda), o então presidente americano, Barack Obama, e então secretário de Estado americano, John Kerry, em foto de 2015 — Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Um intérprete que ajudou a resgatar o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em uma tempestade de neve no Afeganistão anos atrás, está escondido do Talibã depois de não conseguir pegar um voo para escapar de Cabul.

Em 2008, o então senador Biden e outros dois legisladores visitavam o Afeganistão quando uma tempestade de neve obrigou o helicóptero em que viajavam a pousar em uma área remota, relata o jornal “The Wall Street Journal” na terça-feira (31).

O intérprete, que o jornal chama de “Mohammed” para proteger a identidade, trabalhava com frequência para o Exército americano naquele momento, participando de missões de combate.

Diante do risco de Biden e os outros dois senadores — Chuck Hagel e John Kerry — serem atacados por talibãs, Mohammed se juntou à missão militar que partiu da base aérea de Bagram para resgatá-los.

Veterano da Guerra do Vietnã, Kerry foi secretário de Estado do governo Barack Obama e atualmente é enviado especial do governo Biden para o clima.

Pedido não processado

Treze anos depois, Mohammed não conseguiu processar sua solicitação de imigração para os EUA a tempo de ser retirado do país após o Talibã voltar ao poder.

“Olá, senhor presidente: salve a mim e minha família”, disse Mohammed ao jornal na segunda-feira (30), o último dia da operação de evacuação de civis liderada pelos EUA. “Não se esqueça de mim aqui”.

O jornal relata que Mohammed, sua esposa e seus quatro filhos estão escondidos, preocupados com a repressão dos talibãs agora que assumiram o poder.

Após a publicação da reportagem, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que os EUA vão ajudá-lo. “Nossa mensagem para ele é obrigado por lutar ao nosso lado nos últimos 20 anos”, declarou Psaki. “Vamos tirá-lo de lá. Honraremos seu serviço”.

Fonte: g1.globo.com