Taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 na rede particular do estado de SP chega a 84%

Homem internado em hospital de São Paulo em meio à pandemia do coronavírus — Foto: Reuters/Amanda Perobelli

Hospitais particulares do estado de São Paulo registram 84% de taxa média de ocupação de leitos de UTI para Covid-19, segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), e divulgado nesta segunda-feira (30).

Ainda de acordo com a pesquisa, nos últimos quinze dias, a rede teve aumento de 79% nas internações de pacientes diagnosticados com a doença.

O mapeamento foi feito entre os dias 23 e 26 de novembro, com base em dados de 83 hospitais dos 17 departamentos regionais de saúde do estado.

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Dos hospitais entrevistados, 67% declararam ter capacidade para aumentar o número de leitos Covid-19, caso seja necessário.

Em entrevista ao Jornal Hoje, o gerente médico do hospital Nipo-Brasileiro confirma o aumento no número de pacientes atendidos pelo hospital.

“Hoje, andando pela UTI , você vê um número muito maior e o consumo também aumenta bastante desses materiais de proteção individual”, afirma Rodrigo Borsari. O hospital tem atualmente todos os leitos da unidade ocupados e precisou readequar o espaço para ampliar a capacidade.

“Nós precisamos, sim, adequar nossa estrutura com mais dez leitos de UTI’, revela.

Capital e região metropolitana de SP

A rede municipal da cidade de São Paulo e Região Metropolitana também registra elevação no número de casos e internações.

Na capital paulista, nos primeiros dez dias de novembro, cerca de um terço dos leitos estava sendo usado. A taxa foi subindo ao longo da segunda quinzena do mês e, nos últimos dez dias, tem ficado perto da metade da ocupação.

A cidade de São Bernardo do Campo endureceu, a partir desta segunda (30), as medidas de flexibilização após a taxa de UTI chegar a 70%.

Na avaliação de Borsari, o aumento no número de casos foi gerado pelo relaxamento nas medidas de proteção e isolamento social.

“Esse é um alerta para população. Realmente o aumento é um fato, ele é real, a gente não tem dúvida disso. (…) As pessoas perderam o medo, por exemplo, de circular, muitas vezes de se aglomerar, e esse talvez é o grande fator desse aumento. Mas a gente deve continuar com os mesmos cuidados que tivemos lá em março , em abril, senão a situação pode se tornar crítica”, afirma.

Fonte: g1.globo.com